domingo, 22 de março de 2015

dos tempos em que eras tu, de verdade:

Eu não sou uma mulher de cutchi-cutchi, não sou uma mulher de grandes declarações {se bem que já não sinto amor há uns bons anos. Mas bolas, apaixonei-me entretanto, e nem assim...}. Eu sou uma gaja meio bruta, que faço piadas de tudo. As pessoas sabem que gosto delas, quando implico. Se não implicar, se não brincar, podem acreditar que me são totalmente indiferentes.

 
E também sou assim em relação "a com quem estou": detesto lamechices. Detesto merdas e conversas da carochinha. Gosto de homens práticos. Outro dia, a brincar, ele perguntou: queres que te trate por amor ou por princesa? ri-me e respondi: antes cabra, que fofa, ou princesa ou o raio que parta. Quero ser tratada por Rita que é o meu nome! Rimo-nos os dois {a coisa que mais fazemos juntos}. Detestava ter um homem daqueles melosos; detestava ter um gajo que me desse flores e me fizesse declarações a toda a hora. Eu quero que ele tenha vontade de estar comigo e que o diga, sem jogos, sem merdices. Que se nos apetecer cometer uma loucura, a cometamos. Mas, sem alaridos, sem que tenhamos que espalhar ao mundo o que estamos a viver. Eu sou muito prática e isso é o que faz o meu caminho. É lógico que como qualquer mulher, gosto de uma mensagem a meio do dia, sinal que ele se lembrou de mim; gosto dos nossos cafés de manhã; das nossas conversas à noite; das vezes que fugimos os dois para aquele que é o nosso lugar no mundo, mas o que temos é só nosso. Muito nosso.
 
{...}
 
Por isso peço-te: continua assim: meio-aluado, a dar uma no cravo outra na ferradura, a mostrares a tua admiração por mim, com palavras normais, com esse ar de mal ajambrado, de cigano. De não estares sempre disponível, de não sermos nada um ao outro e depois acharmos que somos alguma coisa. Olha, continua assim como és.

post escrito a 21.06.2013